A Coordenação Estadual de Hepatites Virais (CEHV), da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), chama a atenção da população para a campanha “Julho Amarelo”, como parte das mobilizações que marcam o mês de intensificação da prevenção e controle das hepatites, alusivas ao 28 de julho, Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais.
Durante todo o ano, a Sespa, por meio do Departamento de Controle de Doenças Transmissíveis, disponibiliza testes rápidos e preservativos (externo e interno) às secretarias de saúde dos 144 municípios do Pará. A título de intensificação da campanha e apoio aos municípios, a Secretaria distribuiu este mês aproximadamente 104 mil testes rápidos e cerca de 800 mil preservativos, direcionados no desenvolvimento das ações de saúde e de prevenção dos Centros Regionais de Saúde e dos municípios.
De forma específica, equipe da CEHV estará em Salinópolis, durante todos os finais de semana de julho, oferecendo testagens para hepatites nas ações que estarão a postos no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), montado na praia do Atalaia pelo Governo do Pará.
A campanha “Julho Amarelo” representa um esforço da saúde pública em combater o sub-registro de casos e ampliar o acesso à testagem e ao diagnóstico precoce, por meio do estímulo à vacinação contra o tipo B – ofertada gratuitamente pelo SUS – e na ampliação da assistência e do tratamento dos tipos mais perigosos: B e C.
A coordenadora de Hepatites Virais pela Sespa, Caroline Figueiredo, lembra que, por ser uma doença silenciosa, o foco clássico da campanha é a busca ativa por pessoas que não sabem que têm os vírus e precisam logo se tratar para não serem surpreendidas com as consequências de um diagnóstico tardio, como uma cirrose ou câncer de fígado, e também que não transmitam a doença a outras pessoas.
Foto: José Pantoja (Ascom/Sespa)
A hepatite é uma inflamação nas células hepáticas do fígado e pode ser ocasionada pelos vírus A, B, C, D e E. O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue.
As infecções pelos vírus B e C geralmente não apresentam sintomas. Por terem característica silenciosa, podem evoluir para a forma crônica, assim como o desenvolvimento de fibrose, cirrose hepática e até mesmo carcinoma hepatocelular.
Classificada como doença crônica, a hepatite “C” é uma doença silenciosa que pode ficar no organismo até 20 anos sem se manifestar. A doença pode ser transmitida por agulhas e seringas contaminadas, ou por objetos cortantes não esterilizados.
A Sespa recomenda que os municípios intensifiquem as mobilizações com oferta de testagem gratuita, que é uma estratégia essencial de busca ativa dos pacientes silenciosos de hepatites, ou seja, aqueles que não manifestaram sintomas. Independente de faixa etária, podem procurar o serviço pessoas que colocaram piercing e fizeram tatuagem, como também as que receberam transfusão de sangue antes de 1993 e profissionais de saúde.
Foto: José Pantoja (Ascom/Sespa)
No Pará, o cidadão que quiser saber se possui ou não hepatite deve procurar as Unidades Básicas de Saúde mais próximas de sua residência para que inicie o fluxo de atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em caso de necessidade de tratamento, será encaminhado a um dos 40 Serviços de Atendimento Especializado (SAE) em HIV/Hepatites Virais espalhados pelo Pará. Nos casos mais complexos, o paciente ainda pode ser referenciado para a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, especialista no tratamento de doenças do fígado em casos avançados e transplante hepático.
Por meio da CEHV, a Sespa tem intensificado também as ações contra a doença em todo o Estado, incluindo atividades educativas para a prevenção e os serviços de saúde prestados em conjunto com os municípios, principalmente em comunidades de difícil acesso como ribeirinhas e populações indígenas.
Em função do estímulo ao diagnóstico precoce, os casos de hepatite no Pará configuraram oscilações entre os tipos mais frequentes - A, B e C -, de acordo com os registros do mais recente do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN NET).
A do tipo A registrou 32 casos em 2019, seguido por mais 12 (2020), 08 (2021), 17 em 2022, 27 em 2023 e 09 este ano, até 17 de junho. Casos confirmados de hepatite B no Pará somaram 562 em 2019, 268 em 2020, 393 no ano seguinte, 469 em 2022, 442 em 2023 e 135 este ano, até 17 de junho.
Ainda segundo o SINAN NET, os casos de hepatite do tipo C no Pará somaram 421 ocorrências em 2019, 196 (2020), 277 (2021), 351 (2022), 245 (2023) e 85 este ano, até 17 de junho.
Em relação às mortes causadas pela doença, as mais fatais são dos tipos B e C. Na série histórica entre 2019 e 2023, dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) atestam que 46 pessoas foram a óbito por hepatite B e outras 82 morreram em consequência do tipo C.
POR AGÊNCIA PARÁ.