Tratamento de feridas tem evitado amputações em pacientes diabéticos no Pará
Saúde
Publicado em 17/08/2024

Em dezembro de 2022, Antônio Magalhães, de 55 anos, sofreu um acidente de motocicleta que causou um ferimento em seu pé direito. Diabético, o paciente que trabalha como pintor da construção civil iniciou uma batalha contra o ferimento que quase custou a perda do membro. Após complicações e sem sucesso no tratamento, os médicos cogitaram a amputação.

“Sofri um acidente de trânsito, onde a motocicleta travou e eu caí sozinho, machucando o pé. O ferimento infeccionou e acabou se complicando por conta da diabetes. Fiz duas cirurgias e ao final da segunda, os médicos indicaram que seria necessária a amputação”, relembra o paciente.

Transferido para o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, no oeste paraense, foi a vez do time de tratamento de feridas entrar em ação. Foram inúmeros curativos, sessões com laser, consultas, idas e vindas, em um tratamento longo, que durou quase dois anos, mas obteve excelente resultado. A ferida cicatrizou e o paciente recebeu alta médica.       

Tratamento de feridas tem evitado amputações em pacientes diabéticos no HRBA 

Tratamento de feridas tem evitado amputações em pacientes diabéticos no HRBA Foto: Divulgação“Quase dois anos depois, sinto-me bem melhor após o tratamento especializado feito pela equipe. Fui tratado muito bem e graças aos profissionais e as avançadas técnicas de tratamento de feridas eu pude ser curado”, agradece Antônio Magalhães.

Atuando no tratamento de feridas há 10 anos, o enfermeiro Domício Farias, que integra o time, foi um dos profissionais que acompanhou o caso. “Nossa equipe teve o desafio de revitalizar e reabilitar o pé desse paciente. Cada profissional que esteve com ele contribuiu e ficamos felizes em poder compartilhar essa experiência, com o seu Antônio podendo voltar ao trabalho, para suas atividades normais”, destaca.   

Assim como seu Antônio, outros pacientes do HRBA têm alcançado avanços significativos. Aqueles diagnosticados com o chamado “pé diabético” correspondem a uma parcela dos atendimentos no ambulatório. O indivíduo com diabetes pode acabar perdendo a sensibilidade nos pés, o que aumenta as chances de formar feridas indolores nessa região. 

Com a demora na busca por tratamento, a ferida pode ser agravada por uma infecção e, em casos mais graves, pode levar à amputação de parte do pé ou até mesmo da perna. 

Na unidade, os profissionais utilizam técnicas e tecnologias novas para a diminuição e a cura das lesões. A equipe multiprofissional conta com dois enfermeiros e três técnicos de enfermagem.

O tratamento é baseado em ativar a circulação sanguínea no local, o que favorece a oxigenação dos tecidos. A utilização da ozonioterapia, que também auxilia como agente antimicrobiano, além da laserterapia, que promove o menor tempo de reparação e possui ação anti-inflamatória.

“Ofertamos essas novas tecnologias de cobertura para curativos como a laserterapia, ozonioterapia e também placas especiais que a gente coloca no leito das feridas, a fim de encurtar o tempo das feridas, sarando essas lesões em menor tempo. Os usuários do SUS, de forma gratuita, podem ter acesso a esses tratamentos, promovendo a melhora do estado clínico e a autoestima desses pacientes”, destaca o enfermeiro Domício Farias.

Na unidade, os profissionais utilizam técnicas e tecnologias novas para a diminuição e a cura das lesões

Na unidade, os profissionais utilizam técnicas e tecnologias novas para a diminuição e a cura das lesõesFoto: DivulgaçãoNo ambulatório de especialidades do HRBA são realizados, em média, 600 curativos por mês, entre feridas crônicas, pós-operatórias, retirada de pontos com curativo, feridas oncológicas e continuidade dos curativos pós-internação. O ambulatório atende pacientes com perfis oncológico, vascular, pós-cirúrgico, urológico, entre outros.

“O ambulatório do Hospital Regional do Baixo Amazonas é o único no oeste do Pará que atua na recuperação de pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde. Sendo essa referência para toda a região, a unidade oferta atendimento de qualidade, baseado em avançados protocolos para recuperar os nossos pacientes para poderem ser reabitados com qualidade de vida”, conclui Matheus Coutinho, diretor-geral do HRBA.

 

(Agência Pará)

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