A Systemica, empresa ligada ao banco BTG Pactual, venceu o primeiro leilão do Brasil para recuperar uma floresta desmatada com objetivo de comercializar crédito de carbono no Pará. A vencedora foi a única que apresentou oferta para concessão para reflorestamento da Unidade de Recuperação Triunfo do Xingu em Altamira, no sudeste do Pará, realizado pelo Governo do Pará nesta sexta-feira (28) na sede da B3, em São Paulo.
De acordo com o governo paraense, o prazo para concessão é de 40 anos para recuperar mais de 10 mil hectares de floresta em terreno público. Essa área permite a captura de 3,7 milhões de toneladas de carbono. O investimento privado é de R$ 258 milhões, com expectativa de comercializar 350 mil créditos de carbono e gerar receita total de R$ 869 milhões, além de 2 mil empregos.
O terreno concedido é parte da Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, uma das mais pressionadas pelo desmatamento ilegal na Amazônia. A Systemica já desenvolve outro projeto de REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) em uma área também de 10 mil hectares na mesma APA desde 2022.
A área atualmente degradada deve passar por restauração ecológica. Depois, este terreno reflorestado será usado para comércio de crédito de carbono. Empresas que não conseguem reduzir emissões de gás carbônico podem comprar créditos da Systemica. Uma tonelada de gás carbônico pode ser compensada com uma unidade de crédito de carbono.
Segundo ele, com esta primeira experiência no país, o mercado deve perceber a "solidez do que o Estado está concebendo" e a expectativa é que mais empresas participem desses leilões.
Este é um modelo inédito no Brasil e um projeto piloto de um mercado regulamento há poucos meses no país: A lei que regulamenta o setor foi sancionada pelo presidente Lula em dezembro de 2024 e é uma forma de diferentes empresas compensarem parte das emissões de gás carbônico, o CO2, um dos causadores do aquecimento global.
POR G1 PARÁ