A Câmara dos Deputados aprovou o acordo entre o Brasil e o secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), oficializando Belém como sede da COP 30, marcada para novembro de 2025. O texto segue agora para análise no Senado
Na prática, a aprovação marca a formalização das obrigações do Brasil como país-sede da maior conferência da ONU sobre clima. Não se trata apenas de um gesto simbólico: o acordo é um protocolo internacional que define responsabilidades concretas para o país anfitrião, da infraestrutura à segurança, incluindo espaços reservados para povos indígenas e comunidades tradicionais.
Segundo a Deputada Federal Dilvanda Faro (PT-PA), o Brasil anunciou Belém como sede da COP 30 ainda em 2023, mas faltava cumprir a parte formal. “Assinar e aprovar no Congresso esse Acordo de Sede com o secretariado da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima (UNFCCC) é a última etapa formal desse processo que agora segue para o senado”, afirma.
Dilvanda Faro (PT-PA), que foi relatora do acordo, chamou atenção para o impacto político dessa medida. Ela avalia que Belém ao abrigar a conferência das partes, se converte em vitrine mundial. “A COP 30 não será apenas uma conferência. A Amazônia se tornará palco das negociações multilaterais. Será um teste para mostrar a efetividade do discurso ambiental que apresentamos ao mundo.”
A deputada paraense tocou num ponto sensível do evento que são os preparativos para a conferência das partes. Mas, insiste em lembrar o outro lado da história: “o governo Lula está investindo em Belém o que historicamente não foi feito em 50 anos. Isso não só prepara nossa capital para receber o mundo na COP 30. As obras são um legado para o nosso povo que há décadas esperava por melhorias na mobilidade, na infraestrutura e nos serviços básicos. Isso é justiça distributiva, social.”
Experiências Sustentáveis
A deputada Dilvanda Faro, que tem feito um giro pelas comunidades tradicionais da Amazônia, acredita que o Pará tem experiências sustentáveis de sobra. Ela observa que o estado tem feito a lição de casa e já conseguiu reduzir o desmatamento na região. Dilvanda destaca como uma das principais experiências na bioeconomia da Amazônia, o açaí. O estado já conquistou mercados em todo o mundo, mostrando o potencial da Amazônia para o desenvolvimento sustentável. “A cadeia produtiva do açaí envolve extrativistas, produtores, intermediários, indústrias de beneficiamento e batedores artesanais, sendo de importância crucial para os povos da floresta. Só em 2024, gerou aproximadamente R$ 7,78 bilhões, consolidando-se como uma das principais fontes de geração de renda para os paraenses” afirma Dilvanda.
Com essa perspectiva, Dilvanda reforça que a conferência em Belém, dará ao mundo o que a Amazônia tem de mais precioso. “o conhecimento milenar, as experiências dos povos de nossa floresta, o Brasil tribal que o mundo não conhece e como esses povos carregam um conhecimento que é pura sabedoria” afirma emocionada.
ASCOM Dilvanda Faro