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A FLORESTA NÃO PODE PEDIR AJUDA, VOÇE PODE.
Presidente Lula recebe líderes mundiais na Reunião da Cúpula do Clima de Belém e lança o Fundo Florestas Tropicais para Sempre
Publicado em 06/11/2025 18:42
DESTAQUES 2025

 

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, nesta quinta-feira (6), no Parque da Cidade, em Belém (PA), diversos chefes de Estado e de Governo, além de presidentes de organismos internacionais, para a Reunião da Cúpula do Clima de Belém. Durante o encontro, Lula lançou oficialmente o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (Tropical Forests Forever Fund – TFFF), iniciativa brasileira que transforma a conservação ambiental em investimento global.

 

Em almoço com líderes internacionais, Lula defendeu um novo modelo de financiamento da preservação florestal, no qual investidores obtêm retorno financeiro enquanto geram benefícios concretos ao planeta. “As florestas valem mais em pé do que derrubadas e deveriam integrar o PIB dos nossos países. Pela primeira vez na história, os países do Sul Global terão protagonismo em uma agenda de florestas”, declarou o presidente.

 

 

Um modelo inovador de preservação

 

Diferente dos formatos tradicionais de doação, o TFFF propõe um modelo de investimento sustentável, em que países que preservam florestas tropicais são recompensados financeiramente, e os investidores recebem remuneração compatível com as taxas médias de mercado.

 

Na prática, o fundo cria uma nova economia baseada na conservação, tornando a floresta em pé uma fonte de desenvolvimento social e econômico.

 

Mais de 70 países em desenvolvimento com áreas tropicais poderão ter acesso aos recursos. “Os lucros serão repartidos entre os países de florestas tropicais e os investidores, garantindo programas soberanos de longo prazo”, explicou Lula.

 

As projeções apontam que o TFFF poderá movimentar cerca de 4 bilhões de dólares anuais para a conservação ambiental, quase três vezes mais do que o volume global atual de investimentos em florestas tropicais.

 

Transparência e monitoramento via satélite

 

O acompanhamento das áreas preservadas será feito por satélite, com dados públicos e padronização internacional, garantindo transparência e credibilidade. O Brasil, por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), servirá de modelo para outras nações.

 

A meta é manter o desmatamento abaixo de 0,5%, contabilizando também projetos de reflorestamento.

 

Benefícios para comunidades locais e povos indígenas

 

Uma das diretrizes do fundo estabelece que 20% dos recursos destinados a cada país sejam aplicados em benefício de povos indígenas e comunidades tradicionais. No Brasil, o aporte poderá fortalecer programas como o Bolsa Verde, o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) e ações de bioeconomia sustentável.

 

“Cuidar dos seringueiros, extrativistas, mulheres e povos indígenas é cuidar das florestas. A bioeconomia permite conciliar conservação e uso sustentável”, destacou Lula.

 

Captação bilionária e protagonismo global

 

A expectativa é que o TFFF conte com 25 bilhões de dólares iniciais provenientes de nações investidoras e de fundos soberanos, capazes de alavancar até 100 bilhões de dólares do setor privado. O Banco Mundial será responsável por hospedar o mecanismo financeiro e o Secretariado Interino do Fundo, reforçando o alcance internacional da iniciativa.

 

Durante o evento, Lula lembrou que o Brasil será o primeiro país a investir 1 bilhão de dólares no fundo, consolidando seu papel de liderança na agenda ambiental global.

 

Belém no centro do mundo climático

 

O presidente destacou o simbolismo de lançar o fundo em Belém, coração da Amazônia e sede da COP30, que ocorrerá em 2025. “É simbólico que o nascimento do TFFF seja celebrado aqui, rodeado de sumaúmas, açaízeiros, andirobas e jacarandás. Em poucos anos, veremos os frutos desse fundo e teremos orgulho de lembrar que foi no coração da floresta amazônica que demos esse passo juntos”, afirmou Lula.

 

 

Organização e bastidores do evento

 

As forças de segurança federais e estaduais atuaram de forma integrada para garantir a proteção dos líderes mundiais, sem registro de incidentes.

Entretanto, o que surpreendeu jornalistas estrangeiros e brasileiros foram os preços elevados da alimentação no Centro Internacional de Imprensa da COP30, além do fato de centenas de operários ainda trabalharem diuturnamente na conclusão das obras do local do evento.

 

Milhares de profissionais de imprensa de todos os continentes estão credenciados para a cobertura jornalística da Cúpula, que coloca Belém no centro das discussões globais sobre mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável e justiça ambiental.

 

Texto:

 

Carlos Magno 

Jornalista DRT/PA 2627

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