Marçal usa agressão de Datena para reforçar narrativa de perseguição e é isolado no meio político
Politica
Publicado em 17/09/2024

O debate de domingo transcorreu sob regras mais rígidas, motivadas pela pressão dos candidatos, que afirmam que Marçal descumpriu acordos em encontros anteriores e que não foi punido. A queixa é de que o influenciador utiliza os embates como palanque e ofusca a discussão de propostas.

 

Nesta terça-feira (17), às 10h20, haverá novo debate promovido pela RedeTV! e pelo UOL. Tanto a campanha de Marçal quanto a de Datena afirmaram que a agenda está mantida. A equipe do influenciador disse, porém, que fez "algumas reivindicações diante do ocorrido lamentável" no encontro de domingo.

 

Entre a madrugada de domingo e a tarde de segunda-feira, Marçal publicou 26 conteúdos no Instagram sobre a agressão. Um dos primeiros foi uma montagem com três vídeos simultâneos: um da cadeirada no debate, outro do tiro que atingiu Donald Trump, que tenta voltar à Presidência dos Estados Unidos, e um terceiro da facada desferida contra Bolsonaro em 2018.

 

A comparação irritou o entorno do ex-presidente, que oficialmente apoia Nunes e que tem mantido uma relação de morde e assopra com o influenciador. Pela manhã, o canal Bolsonaro TV, que replica conteúdos favoráveis ao ex-mandatário nas redes sociais, publicou um vídeo com imagens das provocações de Marçal e da agressão de Datena, com os dizeres: "Reflita e responda... Foi tudo planejado?".

 

O mesmo conteúdo foi parar na lista de transmissão do WhatsApp do pastor Silas Malafaia, aliado de Bolsonaro que tem feito uma série de ataques contra o influenciador, especialmente depois que ele chegou ao final da manifestação do 7 de Setembro, na avenida Paulista, e tentou subir no carro de som.

 

Malafaia publicou mais um vídeo contra Marçal nesta segunda, afirmando que o influenciador montou uma farsa para tirar proveito do episódio. Na gravação, o pastor afirma que o empresário "adora se vitimizar" para manipular as pessoas e que a tentativa de comparar a cadeirada com os atentados contra Trump e Bolsonaro é um "deboche".

 

Malafaia diz ainda que a equipe de Marçal fez um "show de pirotecnia" na ambulância para "dar ar de gravidade" ao caso. "Não é possível você continuar a ser manipulado por esse psicopata", afirma o pastor.

 

Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro que está envolvido na campanha de Nunes, também responsabilizou Marçal nas redes. "Datena defende sua honra e sua família em rede nacional, após nova tentativa de recorte malicioso. Erra quanto à proporcionalidade. Tudo lamentável."

 

 

Na manhã de segunda, em live nas redes sociais, o influenciador se referiu à cadeirada como "tentativa de homicídio". Boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil por seu advogado, Tassio Renam, identifica o caso como lesão corporal e injúria.

 

Ao deixar o hospital na manhã de segunda, Marçal afirmou que "a culpa é sempre de quem é agredido no país" e disse que a imprensa relativizou o episódio. "Quero dar os parabéns à maior parte da imprensa, que está passando pano."

 

Antes, em vídeo gravado no quarto de hospital, o influenciador disse que ficou impressionado com o fato de que nenhum dos candidatos manifestou solidariedade após a agressão.

 

Nota assinada por Marçal, enviada pela assessoria de imprensa, afirma que se o autor da cadeirada fosse "pobre, negro e de periferia" estaria preso.

POR NOTICIAS AO MINUTO

 

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